RONALD FIGUEIREDO
( BRASIL - PERNAMBUCO )
Ronald Figueiredo Monteiro nasceu em Bom Conselho, Estado de Pernambuco. Em 1941.
Cresceu na cidade do Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Militar, mas teve, conforme confessa, passagens marcantes em sua vida, experimentadas em parte de sua infância no interior do Estado de São Paulo (Bauru), e, na juventude, quando estudou no velho e tradicional Colégio Apostólico do Caraça, em Minas Gerais.
Já como funcionário do Banco do Brasil, conheceu a sua terra natal, onde trabalhou, levando-o a inda à sua atividade profissional ao Rio Grande do Norte.
Reside atualmente em Brasília, onde pretende radicar-se definitivamente.
Ronald já foi laureado com dois prêmios nacionais de poesia pela Sociedade Universitária Augusto Motta — SUAM, no Rio de Janeiro, obtendo êxito também em outros concursosde poesias, além de figurar em antologias poéticas.
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FIGUEIREDO, Ronald. A hora flava. Capa: criação do Autor. Desenho de Joseuda A. P. e Aguiar. Prefácio por José Maria de Sousa Dantas. Brasília, DF: Série Itiquira - Novos Autores; Editerra Editorial, 1985. 77 p. No. 10 905
Exemplar cedido pelo BRITO, de livraria própria no DF.
Exemplar na biblioteca de Antonio Miranda
TRIBUTOS
À morte pago o meu tributo
na sua justa cota: vivo.
Aos deuses pago outro tanto
na justa conta: sou um homem
ungido pelo pecado, o meu quanto
pelo uso e pelo fado,
e falo.
POEMA INEXORÁVEL
O relógio segue gotejando.
Ainda que o quebrasse,
emudecendo-o,
o espaço permanece
inexorável,
girando nas horas.
O POEMA E A PEDRA
A dor da pancada
faz a diferença
entre o poema
e a pedra.
O poema é pedra
que engendra e medra
o arremesso,
a pancada,
a queda.
DUALIDADE
Assim, de noite, o gosto
da manhã é áspero e seco,
um lavrar imposto,
um esplendor em que me perco.
Assim, de noite, os olhos
libertam-se mais e mais
das visões de antolhos,
impressas nos jornais.
Assim, de noite, o leite
elaborado no seio da lua,
sem que os gatos suspeitem,
derrama-se na rua,
e em qualhos de azul me encontro,
onde era o pasto da luz.
Não sou mais que um ponto,
um homem, carne, ossos, sangue e pus
na noite a morada das palavras,
tudo a que um poema me reduz,
e a dor que ele me crava
expondo à dualidade da luz.
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Página publicada em agosto de 2025.
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